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ICAS promove o I Workshop de Discussão sobre a Criação do Observatório Fauna e Estradas

Durante o evento, os participantes mostraram interesse em unir-se e formaram um grupo para criar um plano estratégico visando a sustentabilidade e a definição de papéis dentro do coletivo. O objetivo é colaborar para a segurança de todos os usuários das estradas, humanos e animais.

O “I Workshop de Discussão sobre a Criação do Observatório Fauna e Estradas”, realizado no dia 04 de abril, em Campo Grande, marcou um importante passo em direção à proteção da fauna e à segurança viária em Mato Grosso do Sul (MS). Essa iniciativa é uma parceria entre o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e o Núcleo Ambiental do Ministério Público (MPMS).

O evento teve como propósito compreender os desafios na gestão das rodovias e promover a integração entre órgãos gestores, fiscalizadores, organizações da sociedade civil, pesquisadores e especialistas. Todos unidos na busca por desenvolver soluções inovadoras para mitigar as colisões com a fauna silvestre nas estradas do estado, reconhecendo não apenas sua ameaça à biodiversidade, mas também os perigos que representam para a vida humana e a economia local.

Arnaud Desbiez, presidente do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres, destacou que por meio do Projeto Bandeiras e Rodovias, foram realizados diversos estudos sobre os impactos das colisões veiculares, incluindo a identificação dos locais de maior probabilidade de acidentes envolvendo a fauna silvestre, bem como a criação de guias e manuais de medidas de mitigação complementares e mais eficientes.

“Sempre tivemos o interesse em promover a segurança viária, tanto para os usuários das estradas quanto para a fauna local. E agora, após a realização deste evento, esperamos que todos possam contribuir para este processo colaborativo, pois é importante que haja um diálogo direto com a gestão pública e entidades para garantir a eficácia das medidas implementadas e construir um futuro mais seguro e sustentável para as estradas do MS”, disse o pesquisador.

Durante o workshop, foram discutidos temas cruciais, incluindo a apresentação dos três pilares fundamentais considerados essenciais para avançar em direção a estradas mais seguras para todos:

  1. Identificação e pesquisa: Foram apresentados estudos sobre áreas críticas, onde os atropelamentos são mais frequentes, utilizando modelos prévios para mapear essas regiões. Esta etapa de pesquisa e desenvolvimento é crucial e baseada em um conhecimento já estabelecido e reconhecido pela ciência.
  1. Implementação e acompanhamento: Foi discutida a importância de garantir a inclusão e execução efetiva das medidas de mitigação necessárias nas rodovias em fase de planejamento e licenciamento, além do reconhecimento do desafio de aplicar medidas eficazes nas rodovias já implementadas.
  2. Construção colaborativa: Ao final do evento, foi proposto a criação de um coletivo que envolva os diferentes atores. Para tanto, foi criado um grupo de trabalho que irá elaborar um plano estratégico para o coletivo, pois de acordo com os exemplos apresentados durante o workshop é preciso ter definido o papel do observatório, seus objetivos, os resultados e a sustentabilidade.

Luciano Loubet, promotor de justiça e coordenador do Núcleo Ambiental do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), destacou que o evento demonstrou ser uma oportunidade única para vários atores diferentes, governamentais e não governamentais, compartilharem experiências sobre a colisão com a fauna silvestre e as melhores técnicas disponíveis para evitar e mitigar esses impactos.

“Da parte do Ministério Público, entendemos que a criação de um fórum ou observatório, que reúna a experiência desses vários atores, será essencial, especialmente no contexto futuro da Rota Bioceânica e grandes empreendimentos que são esperados para o Estado e que, com certeza, aumentarão o tráfego de veículos em nossas rodovias e estradas”, ressalta o promotor.

A contribuição técnica e científica de cada convidado foi d extrema importância para entender os gargalos existentes e, principalmente, que tem solução. Erica Naomi Saito, bióloga e atual presidente da REET Brasil – Rede Brasileira de Especialistas em Ecologia de Transportes, enfatiza a importância desta iniciativa inovadora e sem precedentes.

“É muito difícil colocar na mesma mesa profissionais e instituições com visões diferentes, para colaborar e discutir soluções plausíveis para diminuir os acidentes envolvendo animais nas estradas. Esse encontro multilateral é, sem dúvidas, uma forma de fortalecer a governança para definir estratégias e políticas públicas com o objetivo de tornar as estradas mais seguras tanto para os animais quanto para as pessoas, em um estado em que a quantidade de acidentes nas rodovias envolvendo colisão veículo-fauna é bastante assustadora”, explica a bióloga.

Ao término do evento, os participantes demonstraram interesse em integrar o coletivo e um grupo de trabalho foi formado para desenvolver um plano de estratégico para o coletivo, onde serão estabelecidos os modos de funcionamentos, papeis dos participantes e a própria sustentabilidade. O objetivo é trabalhar juntos para contribuir para a criação de estradas mais seguras para todos os usuários, tanto humanos quanto animais.

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